Um novo Dalí?

Aqui algumas obras de Vladimir Kush, artista russo contemporâneo, que pra mim é um surrealista light, meio indie. Seja qual for a denominação, abaixo, duas pinturas e uma escultura que, acima de tudo, agradam ao olhar.








Category: 2 comentários

O oriente, o ocidente e o coro

Soube há alguns dias que a Osesp estava estreando seu projeto "itinerante 2010" em Ribeirão e me programei para os concertos, afinal, Osesp de graça não é todo dia.
Cheguei há pouco da apresentação do Coro de Câmara da Orquestra, que recomendo com veemência! Aliás, recomendo todos os corais, em especial os da Cia. Minaz (a gente também precisa ganhar a vida, sabe como é, hehe...).
Após todos os avisos de praxe, os "desliguem seus bips, celulares" e "é proibido filmar ou fotografar o espetáculo" (mesmo sempre havendo quem tire fotos com o celular), vem o terceiro sinal. O coro entra, naquela formalidade de passo e vestimenta, como notas se colocando numa partitura.
Todos a postos, eis que surge a regente. Uma pequena figura nipônica que inspira instantânea simpatia. Um pouco tensa ao se apresentar à platéia estranha e lotada, ela mostra fibra ao manter o discurso de agradecimentos, rápido, incisivo e anuncia o repertório, de posse da mesma precisão com que rege os cantores. Sabem como é, a disciplina oriental, bem dosada, é muito bem-vinda.
Algumas peças sacras, seguidas de um spiritual. Um Villa-Lobos e uma coletânea de arranjos de composições populares brasileiras encerram o concerto. Condizentes com a formalidade da aparência do coro, as peças eruditas são entoadas com toda a postura e técnica, com esmero na dinâmica, sendo um pianíssimo agudo tão bem desenhado quanto o fortíssimo grave.
Nota-se o esmalte lírico também nas peças populares, porém desviam-se da confusão de estilos adotando trejeitos mais espontâneos, ou por vezes até cênicos. A percussão com palmas e a escolha de solistas que cativam a platéia na "muié rendera" e outras canções nordestina dão o toque final ao tom "malandro" do repertório nacional.
A disposição dos naipes não é a tradicional, sendo baixos e barítonos mais próximos das sopranos, e contraltos e tenores na mesma metade do palco. Dessa forma, o canto que chega à platéia é mais homogêneo, e isso também deve-se à consciência de grupo que os integrantes mostram. Aliás, coisa imprescindível num coro, lembrar que não se canta sozinho, mas que se é parte, ao mesmo tempo, do microcosmo do naipe e do macrocosmo do coro, e guardar as responsabilidades para com cada universo e com o regente, em prol do resultado final.
Aliás, talvez o maior ensinamento para um coral seja de um matemático americano (John Nash, em "Uma Mente Brilhante"): "fazer o melhor para si e para o grupo". E que venha a técnica oriental e o repertório brasileiro, que estaremos num brilhante concerto!
Category: 0 comentários

Micro-distração

Só um videozinho interessante e criativo feito a partir de obras de arte famosas...
Have fun! =)
*

Category: 0 comentários

Pela descriminalização da poesia cotidiana

















Ponho-me a escrever teu nome
com letras de macarrão.
No prato, a sopa esfria, cheia de escamas,
e debruçados na mesa todos contemplam
este romântico trabalho.

Desgraçadamente falta uma letra;
uma letra somente
para acabar teu nome!

- Está sonhando? Olha que a sopa esfria!
Eu estava sonhando...
E há em todas as consciências um cartaz amarelo:
“Neste país é proibido sonhar”.

(Carlos Drummond de Andrade)

Inicio aqui meu movimento pela descriminalização da poesia cotidiana, pela não marginalização da cultura, pela valorização do que humaniza as pessoas, em detrimento do mundo tecnicista e extremamente pragmático que é hoje vigente. Cultivemos as artes, pratiquemos as ciências humanas! Que a poesia não seja afogada pela máquina, pela obviedade e pelo conservadorismo.




Category: 0 comentários

A Inauguração do Filho

Hey! Então, geralmente uma festa de inauguração não é feita às escondidas, mas inversamente, há muitos convidados, muita alegria e badalação para divulgar a coisa inaugurada. Tem razão. Nesse caso, digamos que seja menos como uma inauguração e mais como... Como um parto. Uma coisa mais privada. Sendo esse blog um filho recém-nascido que eu tentarei criar com muito cuidado.
Já tentei manter outros blogs, mas sem sucesso. Realmente estou motivada dessa vez, e veremos se a motivação basta. Falando em motivação, isso me lembra do texto de Evolução que eu estava lendo para a faculdade. E isso, por sua vez, que tenho que voltar a estudar, hehe.
Antes, uma palavrinha sobre o título. Há uma famosa (ou nem tão famosa assim) citação de Marx, (que não é bem assim, mas ficou conhecida como) "tudo que é sólido desmancha no ar", e eu me dei a liberdade de parafrasear para "tudo que é líquido" e como diz o subtítulo "das coisas que passam", pretendo tratar de coisas transitórias, mutáveis, sem muitas certezas. Vou tentar povoar esse espaço mais com divagações, pensamentos, citações e coisas bem flexíveis e leves, "líquidas". Porque, assim como líquido, eu não sou a mesma um dia após o outro, ou mesmo um segundo após o outro.
Findas as proto-filosofias minhas, talvez um dia eu fique com vergonha desse título e mude, mas por enquanto fica.
Bem, é isso. Até a próxima, pessoas.
*
Category: 0 comentários