A Bolinha da Esperança (créditos @marinabm_)

"Acreditar nunca é demais."
(Allets, by Danilo Ciconi)

Eu preciso acordar cedo amanhã. Mas bateu vontade e necessidade de escrever. O blog anda às moscas mesmo, e minhas olheiras virão, quer queira quer não, com o começo das aulas. Cá estou. Não perco quase nada e ganho um texto extraído sem anestesia.
Um inseto cava, cava sem alarme, perfurando a terra, sem achar escape. Será que um dia ele chegará a algum lugar? Encontrará saída? Sem querer estragar, mas já estragando a surpresa da saga do insetinho (que pode ser lida na íntegra de seus 13 concisos versos aqui:http://bit.ly/gWv1ml), seu labirinto se desatará e uma orquídea vai se formar.
Perguntamo-nos: terá sido somente pela imaginação magnífica e libertária de Drummond que o pequeno animal conseguiu um final feliz após tanta luta ou poderíamos ter um também? Claro que não à moda de "o universo todo conspira a nosso favor", pois, convenhamos, geralmente ele conspira, inspira e transpira na contra-corrente dos nossos planos, ainda mais quando muito desejados.
Estou aqui para defender e divulgar uma teoria inspirada em uma amiga, uma singela expressão que eu li em seu blog, de que carregamos uma bolinha de esperança. (juro que é o último link, o do blog: http://bit.ly/hSTxgX) Fiquei intrigada e admirada: pois não é exatamente isso? Assim, tão simples?
Eu também tenho uma "bolinha de esperança" e, muitas vezes, é o que nos resta e dá coragem. Aquilo que, ao se perder, perde-se tudo, ou talvez tudo o que é humano, pois o mecanismo orgânico permanece tentando chegar à meta traçada por inércia, mas sem nela acreditar.
Por isso talvez, ela seja "a última que morre", pois talvez, ao morrer, morramos junto. Quando Pandora abriu a caixa dos males e deixou preso um, era justamente o que a tudo mataria, pois aniquilaria a esperança, que é, segundo a sabedoria popular, a mitologia grega, minha amiga e eu, aqui, e por mais simples que pareça, o bem mais precioso que temos. Tristes daqueles que o desprezam.



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